TEMPO
***
Sobre o meu tédio e os cansaços,
nesse incerto tempo que me resta,
tento manter algum clima de festa
por entre as notas, os compassos.
*
Porém sempre erram meus passos,
na cidade, praia ou numa floresta
e tudo aquilo que mais me molesta
é essa sensação em chumbo e aços.
*
Escasso, devasso, ele a tudo devora:
o hoje, o agora, o sempre e o outrora,
dono de mim - mas senhor inclemente.
*
Ah! Minha nostalgia é um mar ardente,
sem rumo... sem farol... sem timoneiro -
tal como um cruzeiro fatal e derradeiro.
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Silvia Regina Costa Lima
15 de outubro de 2011