"ENIGMA"
***
Há, em mim, um algo
bem inquieto, forte,
que não toma assento.
Eu tento mais sorte
- e disso me livrar,
para afinal poder voar...
Quero, sim, me soltar
sentir, semear, saltar...
achar o meu rumo Norte,
mas ele está tão dentro
que é fado que não venço -
e, por isso, eu penso:
Por favor, me desvende!
retire minhas vendas,
me ache...me descubra,
diga alto o meu nome
como fosse rosa rubra,
dê um jeito tão perfeito
que me salve enfim - de mim...
Encontre o centro
do que me consome
corrói ... implode
e some - peito adentro -
nesse enigma que não morre!
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Silvia Regina Costa Lima
10 de março de 2008